Comunicado de imprensa a propósito do dia nacional dos moinhos
Em Aveiro os moinhos são antros de lixo e degradação

Comemora-se a 7 de Abril o Dia Nacional dos Moinhos. Em Portugal, Rede Portuguesa de Moinhos, com o apoio da TIMS, Sociedade Internacional de Molinologia organiza um programa de visitas a vários exemplares no dia 4, Sábado.
Em Aveiro, infelizmente a realidade será outra. A ADERAV não pode deixar de chamar a atenção pública para o estado de abandono e degradação em que se encontram os dois únicos moinhos da cidade de Aveiro.
O moinho "Bom Jardim", conhecido por moinho dos Bóias, situado logo à entrada da cidade no final da A25, próximo do pavilhão do S.C. Beira-Mar, na margem norte do canal do Paraíso, tem sofrido um total desprezo, estando aberto e exposto ao vandalismo, pejado de lixo e cheiros nauseabundos, sendo resguardo de quem ali se recolhe para vergonha dos aveirenses.

O moinho bom Jardim é um moinho de vento construído em pedra vermelha de Eirol e cantarias de granito. A ADERAV defende que, pelo menos este exemplar, uma vez recuperado e requalificado, poderia ser um excelente cartão de visita de Aveiro e um memorial da actividade tradicional de moagem na zona da Ria de Aveiro.
A ADERAV, a exemplo do que ensaiou nos anos 80, retomará uma campanha pela recuperação deste património molinológico.

O outro moinho de Aveiro, o de Esgueira, é no entender de especialistas, talvez a construção mais antiga de Aveiro que se manteve até hoje (documentada desde o reinado de D. Diniz) e só por isso mereceria algum carinho e atenção.

Este em total abandono está hoje "esmagado" pelas construções envolventes.

Homenagem póstuma a D. Carlota Duarte

Texto publicado no Diário de Aveiro de 31 de Março de 2009:

Uma rosa por D. Carlota
Homenagem póstuma a uma defensora do património de Aveiro

Recebemos a notícia, infelizmente já aguardada, do falecimento da D. Carlota Duarte.
A ADERAV não pode deixar de manifestar publicamente uma homenagem póstuma a esta aveirense de adopção que, como zeladora das igrejas geminadas de Stº António e de S. Francisco tudo fez para que as mesmas não fossem votadas ao abandono e ao desleixo.
A D. Carlota era uma pessoa de grande simplicidade em consonância com os ideais franciscanos que abraçou, mas era também uma mulher de grande determinação arrastando com isso incompreensões e ingratidão.
Agora que partiu, é necessário, é imperioso que alguém tome o seu posto e tome nos seus ombros o encargo de manter vivo um monumento que outros bem mais poderosos deixaram degradar e votaram ao abandono encolhendo os ombros e assobiando para o lado.
A D. Carlota pediu rosas para a sua última morada.
Dedicamos uma rosa simples mas de perfume intenso para quem tanta força deu em vida à causa do património.
Paz à sua alma, Aveiro perdeu uma grande amiga!

Luís Souto
(Presidente da Direcção da ADERAV).